Deserto de Eros é um grande deserto de erros, isso porque, essencialmente, não tenho como definir a origem de seu material. Se o faço de forma tão bem localizada nos outros desertos, aqui essa areia é de todo lugar, como se um colecionador de areias trazidas de mil praias tropeçasse e quebrasse os vidros de sua preciosa coleção. Já no chão a cor dos finos grãos se misturaria para criar uma praia que só existe ali, um verdadeiro oásis de fatalidade. Pois bem, durante o processo de recuperação de conteúdo, muitos testes, tentativas falhas e outras errâncias geram pastas de um conteúdo que iria parar na lixeira. De tempos em tempo checo o que está por lá e muitas vezes me maravilho com o mundo de pornografia existente. Quando Isabel começou a acessar essas imagens, passamos a trocar e sobrepor colagens de pedaços de corpos. Uma colcha de retalhos dessa pornografia, daquilo que se mostra ao abrir a gaveta, da luz acesa da tela, nunca apagada. Era como se nós também misturassemos areias distintas para criar uma grande miragem, a ilusão flutuante no horizonte do deserto do filho de Afrodite. (L.C)
obs: Embora o conteúdo original tenha sido retrabalhado de forma a excluir sua conotação sexual explícita, por se tratar de material sensível, recomenda-se o acesso desta edição por maiores de 16 anos.
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