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2017 já chegava ao seu último mês, quando caminhando numa rua de Palermo, em Buenos Aires, um casal de amigos me perguntou onde encontrava os HDs desses desertos. Falei dos galpões, claro, mas falei também do acaso de virar uma rua e encontrar uma CPU ao lado de um contêiner de lixo. Parecerá apenas recurso narrativo, mas 2 frases depois viramos à esquerda e lá estava, na calle Paraguay um basurero com um computador acostado. Não tive dúvidas e levei toda CPU para casa de meus amigos, peguei uma chave de phillips emprestada e abri o computador na esperança de que seu HD ainda estivesse ali. Estava. Foram essas memórias porteñas que ativaram a própria mnemosine de Anelise. As imagens sobreviventes não poderiam ter encontrado alguém melhor para pensar em um Deserto de Memórias. Aqui as imagens se abrem como numa caixa de sapatos em frente a tv da sala. Uma escavação de afetos, dos perdidos aos inventados. (L. C.)

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