Quando nos juntamos para pensar no que faríamos nesse zine, perguntei a Romy no que ela andava trabalhando, quais interesses habitavam seu território particular para que pudéssemos pensar se algum HD teria material para dialogar com seus desejos de criação. “Ando colecionando imagens do espaço”, respondeu. Imediatamente lembrei do HD de um ufólogo amador que também colecionava o cosmo. Missões da Nasa, abduções, avistamentos, um mundo todo sobre “a verdade está lá fora”. Viajamos por uma nuvem sideral de imagens recuperadas de diversas fontes com o ecplise como uma presença constante. Esse escurecimento total ou parcial de um astro feito por meio da interposição de um segundo astro frente à fonte de luz, nos parecia uma boa metáfora para a própria desaparição dos dados de HDs. Assim eclipsamos junto, redirecionando luzes e criando um novo “lá fora” em que agora se pode voltar a viajar.
Leo Caobelli