Uma perda pessoal; um HD próprio corrompido com memórias visuais de Carine desde o início dos anos 2010. O disco me chegou em 2016 quando ela já não queria mais reviver essas memórias por conta de outras perdas. Seis anos depois, quando começamos a pensar no que seria esse zine, lembramos deste HD. E se agora fosse possível revisitar os lugares em que há tempos não se queria voltar? Quais ausências ainda seriam tormento? E por quais caminhos essa tormenta nos permitiria navegar juntos? Respiramos fundo, tomamos fôlego e mergulhamos. Nem sempre se vê o que se quer. A água é turva, o fundo não dá pé. “il y a toujours quelque chose d’absent qui me tourmente” (existe sempre algo de ausente que me atormenta), escreveu Camille Claudel à Auguste Rodin em 1886. Agora a ausência que atormenta se abre a quem quiser mergulhar junto conosco.
Leo Caobelli